EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: LIÇÕES DA MINHA HISTÓRIA

EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: LIÇÕES DA MINHA HISTÓRIA

Outubro 15, 2020 Comentários fechados em EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: LIÇÕES DA MINHA HISTÓRIA By Soweto*#%!

LIÇÕES DA MINHA HISTÓRIA

GEVALCI GOME犀利士 S[1]

Bem, tomei conhecimento do documentário da Michele Obama através da minha sobrinha Marina.  Sou professora de educação infantil e demorei para assistir o documentário porque estava envolvida com as orientações escolares vindas do gabinete da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. A pandemia da corona vírus já havia se instalada no Brasil e as orientações ainda eram confusas e cheias de exigências desencontradas. Coisa de gente que não conhece de perto a realidade escolar das periferias da cidade.

 O filme deixou uma lição.  O quanto temos que lutar por nossos direitos no mundo atual.

Michele Obama como mulher negra teve trajetória vitoriosa, apesar de todos os desafios de viver numa nação de histórico racista., como os EUA.  No Brasil também temos muitas dificuldades deste tipo que são históricas, econômicas, educacionais, de saúde, infra estrutura etc.

Me lembro da minha infância e adolescência num bairro na zona norte de São Paulo.

Na minha história vivi situações de exclusão social, discriminação e racismo como muitos jovens da periferia.  Por exemplo: não ser escolhida para dançar nos bailes, ficar fora do time de voleibol da escola, ter apenas colegas de classe negros e/ou homossexuais. Aprendi que as diferentes se juntam para enfrentar a discriminação na escola ou na Universidade. A pessoa se levanta e sai do seu lado no banco do ônibus.  Olhares estranhos no elevador do condomínio onde moro. Quando se entra no elevador o outro não pronuncia nenhuma palavra, mas seu olhar e a    expressão facial dizem tudo.

Diante das situações o primeiro sentimento foi de muita raiva. Depois veio a compreensão da ignorância do outro, do racista. Foram situações vivenciadas de forma silenciosa embora agressiva. Como não perceber o racismo brasileiro.

No bairro da zona norte moravam muitas famílias negras.  Todos lutam muito pela própria sobrevivência: alimentação, moradia, educação, saúde etc. Por um instante penso que a luta não tem fim e nem solução justa. Sempre soube que não seria fácil. A luta segue de governo em governo.


[1] Gevalci Gomes Santos atua na Educação Infantil da Prefeitura Municipal de São Paulo – Região da Brasilândia

Comments are closed